Vale Serrão em Festa 2022 VALE SERRÃO EM FESTADecorreu no passado dia 24, mais um almoço anual da colectividade de Vale Serrão.Este ano com um sabor muito especial, após um interregno de dois anos, devido à pandemia que nos assolou e teimosamente resiste em deixar-nos.Notou-se que já fazia falta às pessoas, que responderam à chamada, de forma entusiasmada e em número elevado próximo da centena.Para além dos locais, amigos e familiares deram-nos a prazer de nos acompanhar, o Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, Jorge Custódio, acompanhado pelo Vereador Rui Simão, o Presidente da Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra, Nuno Almeida, e ainda o Presidente da Junta de Freguesia de Marvila, em Lisboa, José António Videira. Este último em representação de grande comunidade de Valserrenses que residem na sua freguesia e também como descendente da nossa terra. A sua mãe é oriunda e foi criada na nossa aldeia.Foi um evento, carregado de emoção que não se limitou ao almoço. Foi reinaugurado o baloiço panorâmico das “Varandas do Zêzere”, localizado no cimo da aldeia, mesmo junto à estrada de acesso à povoação. Desde a inauguração foi alvo de alguns melhoramentos, tornando-o ainda mais prazeroso. Local que convidamos a visitar, pois para além de se desfrutar de uma magnifica vista sobre a albufeira da barragem do Cabril, nos transmite uma sensação de espaço, de liberdade que nos deixa boquiabertos com a beleza, serenidade e paz que a natureza é capaz de nos transmitir.A direcção da união, também não quis esquecer os seus, todos aqueles que de uma forma ou outra prestaram serviços dignos de registo quer à sua aldeia quer ao regionalismo em geral.Houve lugar a prestação de homenagem aos seguintes Valserrenses: António Pereira Martins e António Barata Lopes. Ambos nascidos em Vale Serrão, são quase dos últimos que tiveram o privilégio de ser mesmo Valserrenses de gema.O primeiro, afamado construtor de violas e guitarra portuguesa, que são dedilhados pelos principais músicos que acompanham vários artistas consagrados do nosso país. Um elemento sempre presente em todas as manifestações da colectividade e que a abrilhanta com os seus dotes de tocador de concertina.O segundo, oficial engenheiro maquinista da marinha mercante de profissão, foi presidente da direcção da colectividade durante treze anos e ainda é vice-presidente da Assembleia geral. Foi também vice-presidente da casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, durante quatro anos e ainda sub director do jornal regional “Serras da Pampilhosa”, durante cerca de um ano. Sempre disponível para colaborar no regionalismo em geral.Mas ainda havia mais uma surpresa para finalizar o almoço, cujo repasto, porco assado no espeto, esteve a cargo do Pedro Barata e da sua irmã Idalina Barata, eles também com raízes na aldeia.Foi apresentado o livro “Estórias Trágico Marítimas de um Pampilhosense” da autoria de António Barata Lopes. Livro que relata as suas vivências, desde que nasceu há sessenta e cinco anos em Vale Serrão até aos nossos dias. Depois de quase quarenta anos de mar, existem estórias quase inverosímeis ocorridas por esse mundo fora, ao alcance de muito poucos.Como referiu o apresentador da obra António Lopes, que o fez de forma brilhante, uma obra invulgar, que poderá até servir de base de estudo a quem queira de uma forma séria e honesta relatar a história da marinha mercante, em especial as suas vivências a bordo. Convidou os presentes a adquirirem a obra, pois a sua leitura irá com certeza diverti-los e enriquecer os seus conhecimentos acerca deste tipo de vida muito desconhecida pelo publico em geral.Como já é hábito, o almoço arrastou-se até à noite, sendo servida uma sopa serrana, confecção a cargo da Alda Pereira, que nos vem habituando à prestação desta colaboração de forma abnegada e altruísta, característica comum aos da “Serra”, o que nos distingue dos demais, como fez questão de referir Jorge Custódio durante a sua alocução durante o almoço.No intervalo entre o almoço e a ceia, houve ainda lugar a uma pequena reunião informal, onde a direcção da colectividade informou os presentes entre outras coisas de interesse da terra, que se havia candidatado ao projecto “Condomínio de Aldeia” que visa essencialmente manter as faixas de gestão de combustível em torno da aldeia. Apelou a todos os proprietários, para que colaborassem e que mantivessem limpas as suas propriedades nesta faixa.Foi, como se costuma dizer um dia em cheio. Desejamos que se repitam muitos e que o regionalismo seja uma chama que nada possa apagar. Fotos cedidas por: Hugo de Macedo Tweet Whatsapp