Lançamento de Livro em Vale Serrão a 24 de Abril No próximo dia 24 de Abril, na Casa de Convívio em Vale Serrão vai ser apresentado, o livro "Estórias Trágico Marítimas de um Pampilhosense"."A presente obra, depois de descrever a fase de crescimento e formação, com as complicações decorrentes desse baixo estatuto social e económico, conta-nos a vida de um marítimo que se transformou em cidadão do mundo."Segundo, o autor que nasceu em Vale Serrão, este livro é um memorial que retrata os 65 anos de vida do autor, desde o nascimento, infância, adolescência e vida profissional, até à actualidade.Lendo o prefácio da autoria do também Valserrense António Lopes, temos uma panorâmica geral desta modesta obra, passamos a citar:"Prefácio:António Barata Lopes não é uma pessoa qualquer, é alguém que tem uma vida suficientemente rica e diversificada para merecer ser contada. Ter escrito as suas memórias, não é, pois, um acto de vaidade, mas fundamentalmente a atitude natural inerente a quem tem algo de relevante a partilhar.A exemplo de muitos beirões, encontrou-se desde cedo em Lisboa, dado que a sua terra natal não reunia condições para proporcionar uma vida digna a toda a família. Filho de emigrantes, viveu e enfrentou a pobreza inicial, inerente às condições sociais desta vaga migratória. Muitas pessoas tendem a apresentar situações similares com laivos de vitimismo e comiseração, tendo implícito algum apelo à compaixão alheia. Felizmente, o nosso autor não cai nessa tentação. A vida é o que é, e as dificuldades passadas apenas contribuíram para a formação de um carácter resiliente, corajoso e preparado para enfrentar as dificuldades futuras.A presente obra, depois de descrever a fase de crescimento e formação, com as complicações decorrentes desse baixo estatuo social e económico, conta-nos a vida de um marítimo que se transformou em cidadão do mundo. É bom que tenha registado com tantos detalhes os momentos iniciais, pois tal escrito permitirá que quem o leia fique com a noção das dificuldades enfrentadas. Aí, encontramos um apontamento rigoroso sobre o que significa competir com os outros em manifesta desigualdade de circunstâncias. Malgrado essas dificuldades, estamos também perante o exemplo segundo o qual com esforço, dedicação e foco, é possível alcançar objectivos que, de acordo com as expectativas comuns, seriam inalcançáveis.Integrado depois na sua profissão de engenheiro de máquinas, na marinha mercante portuguesa, dá-nos a conhecer muito mais de meio mundo. Portos e cidades que desafiam a nossa imaginação, e aventuras onde o prazer e o risco se misturam com a animação dos ambientes típicos dos Portos Navais. De entre todas as situações narradas, destaco as que foram vividas em África, na América do Sul e na América Central; por se passarem em meios muito abaixo dos limites de segurança e conforto, confrontam-nos com acontecimentos que merecem ser contados. De facto, uma vida que não enfrente a incerteza e o risco, que não esteja preenchida com os prazeres que lhe são inerentes, pouco merece ser vivida; pese embora que também não fosse necessária tanta intensidade, nomeadamente no que diz respeito à incerteza e ao risco!O leitor menos atento poderá imaginar que estamos perante uma descrição de aventuras prazerosas e de situações técnicas complexas, relacionadas com os trabalhos a executar, a fim de garantir as condições de navegabilidade de uma dada embarcação. Alerto que é preciso algum cuidado com a leitura, pois as presentes memórias não se esgotam nesses aspectos; António Barata Lopes é também um cidadão informado e crítico, com um sentido de justiça afinado pelas dificuldades e desafios enfrentados durante a vida. É assim que ao longo de toda a obra encontramos pequenas, mas assertivas reflexões, e dados concretos sobre decisões políticas que explicam a situação calamitosa a que chegou a marinha mercante portuguesa; essa grande instituição que outrora foi pujante, e capaz de operar em todos os oceanos do planeta.Neste pequeno prefácio cabe ainda uma nota sobre o regionalista. Uma vez aposentado, o nosso autor tem dedicado grande parte do seu tempo, experiência e conhecimento à causa do regionalismo. Tem dividido essa actividade entre a União Progressiva de Vale Serrão, a Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e a imprensa regional, por via do Jornal Serras da Pampilhosa – quer no suporte digital, quer em papel – revelando-se um cidadão emblemático. A identidade de cada um encontra-se num balanço ponderando entre o que concretizou, e o que deseja ainda atingir. António Barata Lopes tem feito esse balanço com uma mestria e coragem que merece ser assinalada.António Lopes" Tweet Whatsapp